"TOC" NÃO É BRINCADEIRA


"T O C"

NÃO É BRINCADEIRA


ENTENDA COMO FUNCIONA O TRANSTORNO.

Pensamentos que não saem da mente acompanhados de rituais complexos e rígidos comprometem a qualidade de vida de quem tem transtorno obsessivo compulsivo

O TOC as vezes desconcetra o que as pessoas quer fazer.
Deixa bagunças nas relações e pode trazer vicios em tópicos especificos.

Pessoas as vezes se sente cansado(a). Parece quie existe um fantasma que impede de fazer algumas das tarefas da vida.

O ponto que une todos os relatos é a frustração com o preconceito que existe sobre o TOC.

Muitos ainda se incomodam com o senso comum, que encara o assunto como piada ou uma coisa fácil de ser superada.

Não é, não.

Trata-se de um quadro de difícil manejo, marcado por pensamentos inconvenientes que invadem a cabeça sem aviso prévio.

Eles são seguidos por um rito ou um comportamento repetido, que serve de escape para acalmar a mente.


É o caso do sujeito com um pavor irracional de bactérias que deixa de tocar em maçanetas e lava as mãos compulsivamente para não se contaminar.

Apesar de afetar tanta gente, pouco se sabe sobre as origens do problema.

Acreditamos que ele seja o resultado da interação de uma falha genética com fatores ambientais.

Situações como traumas no parto, abuso nos primeiros anos de vida e até infecções estão associadas à gênese do transtorno.

A infância e a adolescência, aliás, são os períodos-chave para o aparecimento dos sintomas iniciais em mais da metade das vezes.

Outras fases e momentos, como o nascimento de um filho, também contribuem: pais e mães predispostos podem desenvolver uma preocupação doentia com o bebê que acabou de vir ao mundo.


O TOC NO BRASIL

Uma boa notícia é que o Brasil está na vanguarda científica e obteve avanços memoráveis no que se sabe sobre o transtorno.

Em 2013, experts de diversas universidades se reuniram para formar um time voltado exclusivamente a pesquisar o TOC.

Eles entrevistaram 1 001 portadores espalhados pelos quatro cantos do país.

A partir das informações, montaram o maior banco de dados sobre o tema do mundo.

Esse esforço coletivo já gerou mais de 50 artigos científicos e permite fazer conclusões certeiras que vão beneficiar diretamente essa comunidade.

Um dos principais achados foi a relação do TOC com uma série de distúrbios psiquiátricos: 68% dos respondentes sofriam ao mesmo tempo com depressão, 63% conviviam com quadros de ansiedade generalizada e 35% foram diagnosticados com fobia social.

Ou seja: por aqui, ter mais de uma encrenca mental é regra, e não exceção, o que modifica o tratamento receitado.

Os levantamentos ainda mostraram que um terço dos pacientes já teve desejos de se suicidar e 10% haviam efetivamente tentado se matar, o que reflete a gravidade desses pensamentos e comportamentos.

É  TOC  OU  NÃO?

Mas como diferenciar uma pessoa com TOC daquela que apenas gosta das coisas devidamente organizadas?

Se os rituais começam a tomar tempo, interferem na qualidade de vida, atrapalham a capacidade de estudar e trabalhar ou geram angústia e solidão, é preciso buscar ajuda.

A preocupação se inicia quando eles ocupam mais de uma hora por dia e fazem o indivíduo se atrasar ou até desistir de seus compromissos.

E é aí que deparamos com outro dilema: a demora entre o início do transtorno e o seu diagnóstico.

A média é de dez a 14 anos para procurar o médico, o que faz do TOC a doença do segredo.

Os gargalos são a falta de conhecimento dos próprios profissionais de saúde sobre a enfermidade e mais uma vez, o estigma de ser tachado de “louco” numa sociedade que não encara as condições psiquiátricas com muito respeito.

O paciente compreende que suas atitudes são absurdas e os ritos desnecessários, mas não consegue deixar de segui-los, esmiúça.

Existem pessoas que estão obsecadas de ficar com os pensamentos de largar o emprego e a vida social, para querer se dedicar completamente às suas manias.

O TRATAMENTO

A partir do diagnóstico, feito no consultório por meio de uma conversa e uma avaliação, o médico começa a traçar a rota de recuperação.

A primeira coisa a se fazer é a psicoeducação para explicar direitinho o que é o TOC, suas características e seus riscos.

Na sequência, vêm a terapia cognitivo-comportamental e os remédios da classe dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina, normalmente prescritos no combate à depressão.

A união dessas duas estratégias em um tratamento de longa duração é a que costuma trazer os melhores resultados – cerca de 60% mantêm um bom controle com o esquema.

Para ter sucesso, é necessário abrir o olho para as doenças que seguem de mãos dadas ao transtorno, como a fobia social e a bipolaridade.

Algumas delas pioram se forem utilizados determinados medicamentos, o que demanda adaptações nas doses e na escolha do fármaco.

Não dá pra se esquecer da família nesse processo. Muitas vezes, os parentes participam dos rituais, pois sabem que desobedecer as regras do indivíduo desemboca em atritos.

O correto seria não ceder a exigências e manias. Ele até pode ficar ansioso ou agressivo, mas isso vai durar pouco.
Se compactuar com as compulsões, todos se tornam reféns do TOC para sempre.


O esforço de negar as vontades e agir com firmeza deve ser orientado pelo profissional de saúde. Ao longo das terapias, o paciente é incentivado a questionar seus pensamentos e modificar os comportamentos.

A ciência não está satisfeita e se debruça sobre uma lista grande de novas possibilidades terapêuticas.

O mindfulness, técnica de atenção plena que se inspira em alguns conceitos da meditação, mostrou ótimo desempenho em pesquisas e surge como um potencial complemento aos comprimidos.

Existem perspectivas sobre a neuromodulação, que estimula ou inibe regiões do cérebro com eletricidade ou ondas magnéticas.

Alguns apostam até na implantação de marca-passos e eletrodos na massa cinzenta para os casos que não reagem às alternativas disponíveis.

Porém, de nada vai adiantar essa batelada de tecnologias se as pessoas prejudicadas não puderem falar abertamente sobre o assunto e procurarem ajuda especializada.

Existe pessoas que chega as condições de não conseguir sequer ficar mais sozinho(a).

Existe uma vida nova esperando quando supera o TOC.
Infelizmente, o TOC é visto como bobagem ou frescura. Até dentro de casa temos que ouvir piadinhas…

MANIFESTAÇÕES DIFERENTES DO TOC

Tudo precisa ficar estritamente organizado, alinhado, ordenado…
Algo que fuja do padrão gera calafrios e irritação.
Eis um dos principais subtipos do transtorno.

Há aqueles que criam um medo gigante de contaminação.
Isso os impede de tocar em portas e corrimões.
Existe uma dificuldade de visitar lugares como hospitais e cemitérios.

Um terceiro grupo não sai de casa sem olhar várias vezes a fechadura, o gás ou as torneiras.

Eles cumprem uma maratona de ritos e cultos que demoram desde minutos até algumas horas.

E OS ACUMULADORES?

Por décadas, quem não jogava nada no lixo era classificado de obsessivo compulsivo. Mas o critério mudou, e hoje essa enfermidade é reconhecida como um problema independente.

No TOC, esse sintoma até aparece, mas é um fator secundário a outros comportamentos.

CONCLUSÃO PARA CURA DO TOC

A conclusão final que se expõe é simples e objetiva:
É preciso que a pessoa com esse problema, aprenda a acreditar e querer se curar.
Sem isso, nenhum médico irá conseguir chegar até o seu paciente para a sua cura do TOC.