10 DE MARÇO. 127 ANOS DE BARRA DO PIRAÍ

BARRA DO PIRAÍ - A PROGRAMAÇÃO

O município de Barra do Piraí vai comemorar nesta sexta feira, dia 10, a passagem de seu centésimo vigésimo sétimo aniversário de emancipação. Sem dotação orçamentária, a Prefeitura não investirá em eventos considerados de grande porte. A programação será abertas as 08:00 na Praça Pedro Cunha com concentração cívica, seguindo-se hasteamento das bandeiras às 08:30, no mesmo local. Logo após será apresentado o jingle oficial da cidade e terá início o desfile cívico militar. Das 09:00 às 12:00 haverá apresentação do Grupo Dagaz, com oficina de circo, hip hop, danças afro e contação de história. O grupo volta as 18:00 com Cinestesia Kids e as 19:00 Cinestesia Adolescentes. As 20:00 tem concerto do Coral Vozes Em Canto na Igreja São Benedito e as 21:30 desfile da Escola de Samba Sai de Baixo.

Também compõem a programação a realização da Segunda Exposição de Miniaturas (no jardim da Praça Nilo Peçanha), das 10:00 às 17:00, apresentação do Grupo Senzala de Capoeira no sábado (dia 11) das 14:00 às 18:00 (no mesmo jardim) e das 18:00 às 21:30 apresentação da Escola de Música New Life. No domingo (dia 12) tem apresentação do grupo de chorinho Tres no VChoro, das 10:00 às 12:00 e à partir das 14 horas o XVII Rolezinho Cultural. Outra atração é exposição comemorativa aos 127 anos da cidade na Biblioteca Municipal Rosemar Pimentel (Matadouro),  que pode ser vista até o dia 17, sempre das 08:00 às 14:00

BARRA DO PIRAÍ - A PÉROLA DO VALE

VOCE SABIA?

O nome de Barra do Piraí encontra-se na relação dos municípios que compõe o Vale do Café, distribuídos pelos Estados do Rio, São Paulo e Minas. Em 1828 o fazendeiro Joaquim José de Souza Breves iniciou o plantio experimental de café no solo barrense, na área que hoje compreende os bairros do Santo Cristo, Morro do Gama, Boa Sorte e Vargem Grande.

Joaquim Breves, conhecido como Rei do Café, estava ao lado do Imperador Dom Pedro I no momento da famosa declaração “Independência ou Morte”.

Barra do Piraí foi o primeiro município brasileiro a cultivar o “chá mate” em dimensões comerciais. O empreendedor foi o Capitão Joaquim Gomes de Souza. No final de 1812 em visita a amigos integrantes de uma comitiva de D João VI, ele tomou conhecimento da chegada ao Brasil de um lote de sementes dessa planta, vindas de Macau para plantio no Horto Florestal no Rio de Janeiro. Parte desse lote acabou em suas mãos e foram trazidas e plantadas em solo barrense. Com o tempo ele conquistou o apelido de Chazeiro,e acabou incorporando-o a seu nome; Joaquim Gomes de Souza Chaseiro.

O povoado de Ipiabas (Distrito de Barra do Piraí) foi fundado em 1831 pelas famílias Faro, Pereira e Figueiredo da Rocha.

No ano de 1853 foi erguida uma ponte de madeira, com telhado, sobre o Rio Piraí, ligando as atuais Rua Dr Clodoveu e Aureliano Garcia, onde hoje existe outra de concreto armado. Por ser, na época, em terras particulares, o construtor, Comendador Antonio Gonçalves de Moraes, decidiu cobrar pedágio dos usuários. Em 1885 o governo provincial mandou reformá-la e baniu a cobrança, que por sinal, é o primeiro registrado no Brasil. 


O barrense Lúcio de Mendonça, nascido em 10 de Março de 1854, em Dorândia,advogado, jornalista e poeta é o fundador da Academia Brasileira de Letras. No fim do século XIX, Afonso Celso Júnior, ainda no Império, e Medeiros e Albuquerque, já na República, manifestaram-se a favor da criação de uma academia literária nacional, nos moldes da Academia Francesa. Lúcio de Mendonça teve, então, a iniciativa de propor uma Academia de Letras, sob a égide do Estado. Constituiu-se então, como instituição privada independente, a Academia Brasileira de Letras. As primeiras notícias relativas à fundação da ABL foram divulgadas a 10 de novembro de 1896, pela Gazeta de Notícias, e, no dia imediato, pelo Jornal do Commercio. Teriam início as sessões preparatórias: na primeira, às três da tarde de 15 de dezembro, na sala de redação da Revista Brasileira, na Travessa do Ouvidor, nº 31, Machado de Assis foi desde logo aclamado presidente.

Em 1855 circulou em Barra do Pirai, a primeira obra literária, intitulada Os Desterrados, de autoria de Pereira da Silva

O primeiro recenseamento em Barra do Piraí foi realizado graças ao decreto de numero 3.069 do Governo Provincial. Segundo o que se apurou naquele ano, a cidade possuía 2.235 escravos negros além de 417 cidadãos estrangeiros, principalmente portugueses, alemães, ingleses e franceses

A Estação Ferroviária de Barra do Piraí foi inaugurada em 7 de Agosto de 1864 pelo Imperador Dom Pedro II, que chegou a cidade num trem de passageiros especialmente decorado para a data, puxado pela locomotiva Baronesa.

Em 20 de Janeiro de 1871 Princesa Isabel inaugurou a Estação Ferroviária do Distrito barrense de Vargem Alegre. Ela estava acompanhada de seu esposo, o Conde D’Eu.


Álvaro Rocha, nascido em Ipiabas em 9 de Fevereiro de 1874, foi o primeiro barrense a exercer o cargo de Governador do Estado Rio de Janeiro.


No ano de 1.900 foi inaugurada em Barra do Piraí pelo Coronel Joaquim de Novaes, a Pharmácia Cofiança, na Rua Governador Portela numero 30. Esta foi a segunda farmácia aberta em território fluminense.


Em 28 de Julho de 1838 foi inaugurada a Catedral de Senhora Santana, medindo 34 metros e 25 centimetros de extensão; 11,30 metros de largura e 17,6 metros de altura. A festa começou por volta das 02 horas da tarde, com presença do Imperador Dom Pedro II.


Em 14 de Agosto de 1883 a Câmara Municipal de Valença, a qual pertencia Barra do Piraí, aprovou o projeto contendo o orçamento e a planta do primeiro serviços de água e esgotos barrense. A obra, no “Beco da Carioca”, foi inaugurada no ano seguinte. Até então, o esgoto era recolhido pelos próprios moradores e despejados onde eles achassem mais conveniente.


Em 29 de março de 1887 Frederico Faro, Aureliano Garcia, Manoel Brazuma e o Barão do Rio Bonito doaram a comunidade do Bairro de Santana 20 postes com os respectivos lampiões a querosene. Do total, 3 foram instalados na Ponte Senador Vergueiro e os outros 17 em várias vias públicas. Foi o primeiro sistema de iluminação comunitária de Barra do Piraí


No ano de 1887 um grande surto de varíola se abateu sobre Barra do Piraí, matando pessoas de todas as idades e raças (índios, europeus, mamelucos, etc). A quantidade de vitimas foi tão grande que o governo local precisou construir um hospital de isolamento dentro de um campo de futebol, no atual Bairro do Matadouro


A população negra comemorou com muito entusiasmo – e exageros – a decretação da Lei Áurea, pela Princesa Isabel, em 13 de Maio de 1888. Em Barra do Piraí as comemorações superlotaram a atual Praça Nilo Peçanha e segundo registros da época, muitos ex escravos acabaram por tomar as propriedades onde trabalhavam e expulsaram seus proprietários. A grande maioria no entanto partiu de trem rumo aos grandes centros urbanos da época. A libertação trouxe como conseqüência imediata a decadência do ciclo do café nesta área, por falta de mão de obra gratuita.


Damorina Correa Porto, falecida no dia 18 de Março de 1890, as 3 da tarde, em sua residência em Vargem Alegre, foi a primeira barrense a ter seu óbito registrado, conforme folha 16 do livro de ato de Registro Civil de Barra do Pirai.


O Decreto numero um da Primeira Lei Barrense, assinado tão logo Barra do Piraí foi emancipada, em 10 de Março de 1890, passou a considerar “barrenses” todos que contribuíram para essa conquista, bem como todos que comprovadamente estivessem residindo neste solo, inclusive os imigrantes franceses, holandeses, alemães, ingleses e portugueses.


O Coronel Manoel Augusto da Cunha, nascido em São José do Turvo, foi o primeiro presidente da Câmara Municipal de Barra do Pirai. Tanto o Coronel, como também seus colegas vereadores assumiram o cargo por nomeação e não por votação. As eleições só começariam a ocorrer no século 20.


Echo da Barra foi o primeiro jornal a circular no município de Barra do Piraí, idealizado e produzido pelo também primeiro jornalista barrense, Manoel Costa. A circulação começou em 1891. Cada exemplar era feito individualmente, e todo escrito a mão.


O jardim ao redor da Catedral de Santana foi construído em 1889, iniciativa do Padre Ernesto Benevides.